(Contribuições para a crítica da sociedade da mercadoria)


Publicações Grupo Krisis

SOBRE A CISÃO DO GRUPO KRISIS

Declaração de anteriores membros da redacção e do círculo de apoio

A revista teórica KRISIS, tornada conhecida na Alemanha e a nível internacional pelo seu princípio da crítica do valor, tomou o caminho da esquerda: cindiu-se. Contra a vontade da maioria da redacção e do círculo coordenador, Robert Kurz e Roswitha Scholz foram excluídos e em consequência a maioria da redacção com eles. Tal putsch só foi possível através da instrumentalização da há muito passiva associação, que formal e juridicamente é a editora da revista. Dois em cada três membros da Direcção, há muito considerados honorários e à margem do debate teórico, deixaram-se instrumentalizar como marionetas da minoria da redacção, não se importando com o círculo de apoio activo. Também na Assembleia Geral que se seguiu, apresentaram-se contra a maioria dos presentes, com mandatos em branco de pessoas que não apareceram; uma obra de mestre do maquiavelismo associativo alemão, é preciso reconhecê-lo sem inveja.

Este procedimento foi justificado invocando expressamente o teórico do direito nazi Carl Schmitt, com a absurda construcção de um "estado de emergência" alegadamente causado por Robert Kurz e Roswitha Scholz, que, de acordo com um padrão de estratégia policial, se teriam tornado personalidades patológicas. A maioria da redacção, que via as coisas de outra maneira e se opôs ao "solícito brio da expulsão" foi nesta questão considerada irresponsável, visto que "suspeita de cúmplice com eles".

Neste conflito os níveis do relacionamento e do conteúdo entrelaçam-se indissoluvelmente um no outro. No plano das relações, desempenham um papel as ambições pessoais, sentimentos de concorrência e problemas de autoridade relativamente a um membro demasiado produtivo do próprio grupo, do qual uma pessoa, imaginando-se a si mesmo como "nabo" (tal foi o auto-atestado apresentado) e àquele como guru, só se pode defender praticando parricídio. Só mesmo nos meios que se acham de esquerda poderia vir à ideia (des)compreender como acto emancipatório uma constelação de tal modo clássica e especificamente ocidental.

A raiz deste conflito está onde se baseiam os problemas de relacionamento e de conteúdo: na relação entre os sexos. Tal como a teoria da dissociação permaneceu nos últimos doze anos um corpo estranho na crítica do valor da Krisis, do mesmo modo a sua autora Roswitha Scholz como pessoa tem sido um contratempo para a equipa de homens da Krisis. Não é por acaso, antes um efeito colateral plenamente querido, o facto de a redacção da Krisis estar mais uma vez sem mulheres, após um interregno de apenas um ano. E também não perdoaram (eles) ao Robert Kurz ter apoiado este princípio, que pôs em causa o objectivismo lógico-dedutivo do velho desenvolvimento teórico da Krisis.

Este conflito quanto aos conteúdos, há muito em lume brando, agudizou-se na formulação de uma crítica radical da filosofia burguesa do iluminismo, tal como foi desenvolvida por Robert Kurz na discussão com os anti-alemães. A superficial comunidade da linha da frente pôde equivocar-se por um momento quanto ao diferendo existente relativamente à crítica da forma do sujeito ocidental masculino e branco. Esse diferendo pode agora ser revelado: desejavam uma crítica do iluminismo "mais simpática", para salvar momentos do universalismo androcêntrico.

Se esta motivação inclui uma certa compatibilidade com a ideologia de base "pró-ocidental" dos anti-alemães, comporta-se precisamente ao contrário na discussão sobre a importância do anti-semitismo como ideologia de crise. O balizamento dos aspectos correctos dos anti-alemães defronta-se aqui com uma tendência para inocentar objectivamente o sindroma anti-semita. Também neste aspecto, a campanha superficialmente comum contra o belicismo apenas encobre um diferendo mais profundo.

Os referidos conflitos quanto ao conteúdo não estavam de modo nenhum amadurecidos e poderiam até certa medida ter sido resolvidos no quadro da Krisis. O que foi inviabilizado com a sua transformação em problemas de relacionamento e com a respectiva "solução" administrativa. O que resta é o cada qual por si, a partir de agora também em distintas plataformas organizativas:

A anterior maioria da redacção, incluindo Roswitha Scholz e Robert Kurz, juntamente com parte do círculo de apoio à Krisis activo, vai pôr em marcha outro projecto de crítica do valor e uma nova revista teórica com diferente posicionamento da acentuação. Assim, serão sacudidas as últimas cascas de ovo do objectivismo lógico-dedutivo da anterior teoria da "Krisis" e será promovida a crítica da forma do sujeito ocidental masculino e branco; precisamente no tempo de uma ideologia de "hurra!" pró-ocidental que vai até ao interior da esquerda. Sobre a ulterior fundamentação teórica duma crítica do "trabalho abstracto" como substância da relação do capital queremos nós oferecer aos movimentos sociais nascentes uma referência crítico-solidária que lhes sirva, em vez do modelo de pensamento "populista de esquerda" e anti-semita.

Apelamos a todas e todos que dentro e fora da Krisis simpatizem com este propósito para nos ajudarem em conformidade.

11 de Abril de 2004

Hanns von Bosse, Petra Haarmann, Brigitte Hausinger, Claus Peter Ortlieb


DECLARAÇÃO DE APOIO

Os editores desta página do Grupo Krisis em português (http://obeco.planetaclix.pt/) respondem sim sem hesitação ao apelo da Petra, da Brigitte, do Hanns e do Claus.

Desde já manifestam o seu apoio e se propõem colaborar com a nova Revista que, com a participação de Roswitha Scholz e Robert Kurz (cuja presença é incontornável; basta ver os textos desta página), possa desenvolver a crítica do valor, aprofundando a crítica da dissociação sexual e do sujeito do iluminismo.

A "nova contemporaneidade histórica" que vivemos faz deste um projecto aliciante para todas as mulheres e homens que hoje não desistiram de produzir as suas vidas no planeta Terra.

Lisboa, 12 de Abril de 2004

Os editores

AS PERFÍDIAS DO CAPITAL FINANCEIRO

SUMÁRIO

LIMITES INTERNOS DA ACUMULAÇÃO, CRÍTICA REDUZIDA DO CAPITALISMO E SÍNDROMA ANTI-SEMITA

- O conceito de capital financeiro

- Preconceitos populares, mistificações pequeno-burguesas e anti-semitismo

- O capital financeiro e o marxismo tradicional

- Trabalho, crédito e crise

- Funções do Capital, crédito estatal e pequena burguesia secundária

As Perfídias do Capital Financeiro (1º Parte) - (Robert Kurz; Março 2004)

Economia totalitária e paranóia do terror

O instinto assassino da razão capitalista

As semelhanças estruturais entre a consciência da "civilização" calcada na economia de mercado e a consciência dos terroristas islâmicos podem não surpreender muito, se refletirmos que, no caso da lógica do capital, trata-se de uma finalidade irracional em si que nada mais representa que religião secularizada. Também o totalitarismo econômico divide o mundo em "fiéis" e "infiéis". A "civilização" dominante do dinheiro não pode analisar a origem do terror de modo racional, uma vez que teria de questionar a si própria. Assim, o Ocidente, presumivelmente esclarecido pelo iluminismo, define o islamismo como "obra do diabo" da mesma forma que este o faz em relacão ao Ocidente. As irracionais representações dicotômicas do "bem" e do "mal" são tão semelhantes que parecem rídiculas.


O JOGO ACABOU

Um encontro de silesianos da esquerda reaccionária:

Belicistas anti-alemães, negacionistas da globalização, estalinistas ortodoxos e idiotas úteis celebram um encontro dedicado a insultos estúpidos aos movimentos sociais.

Robert Kurz

É preciso acabar de vez com todo o "debate" com os belicistas, sejam eles hard ou softcore! O belicismo não pode ser uma alternativa satisfatória. O tempo está mais que maduro para traçarmos a linha divisória também a nível formal, depois da que diz respeito ao conteúdo. A esquerda radical do espaço de língua alemã terá de formar-se de outro modo, mesmo sob o aspecto jornalístico, se alguma vez quiser ver-se livre desta pandemia. Temos de acabar com todo o liberalismo e todo o acanhamento, acabar com todo o burguês fingimento de compreensão face aos tontos provincianos ideais que dão pelo nome de anti-alemães, que em todo o mundo fazem a vergonha das esquerdas alemã e austríaca! Se não ocorrer finalmente um terramoto nesta paisagem da esquerda, podemos esquecer a crítica social radical nesta sociedade para os anos que aí vêm. Os movimentos sociais perderão o seu momento e serão esvaziados pelos elementos ideológicos nacionalistas e antisemitas – e tudo isso logo devido à paralisia anti-alemã da esquerda.


WOLPERTINGER NO PARQUE JURÁSSICO

A regressão imparável da fauna da esquerda radical alemã

No congresso de contornos anti-alemães e paleomarxistas "Jogo sem fronteiras", na Primavera de 2003, a "linguagem" do panfleto contrário, intitulado "O jogo acabou", devia servir para justificar semelhante ignorância. Neste texto foi dito, com uma referência mesmo gramaticalmente insofismável ao belicismo (ou seja, uma ideologia): "A esquerda radical da área linguística alemã terá de se formar de um modo novo também em termos jornalísticos se alguma vez quiser voltar a ver-se livre desta pandemia". Como "pandemia" eram designados o discurso belicista e a conversa transparentemente ideológica que de repente circulam sem qualquer justificação sobre a suposta "promessa de felicidade burguesa", e não os indivíduos por ela acometidos. Existe uma diferença entre definir como uma "pandemia" seres humanos ou aquilo de que estes padecem. De resto foi para este facto que Immanuel Steinberg (pesquisa Steinberg) chamou a atenção em uma carta de leitor remetida à Konkret que, como é natural, não chegou a ser publicada. É que o que fazia falta era um qualquer papão formal de meia leca que servisse de pretexto para não terem de se debruçar sobre a crítica concreta do seu próprio posicionamento falacioso, oportunista e anacrónico face à mais recente guerra de ordenamento mundial.


TABULA RASA

Até onde é desejável, obrigatório ou lícito que vá a crítica ao Iluminismo?

A crítica da dissociação, a crítica do sujeito e a crítica do Iluminismo constituem uma unidade indivisível, não sendo qualquer destes momentos possível sem qualquer dos outros. É de um modo correspondente, que prescinda de simplificações abusivas, que a crítica tem de proceder se quiser concluir o novo paradigma crítico do valor e da dissociação – o que não equivale à conclusão da elaboração teórica em termos gerais, mas unicamente à conclusão preliminar da "destruição criadora" do velho paradigma. Podem e devem existir, sem dúvida, diversas posições, acentuações e aspectos no contexto da teoria crítica do valor e da dissociação; mas não podem existir lado a lado, em uma aleatoriedade quase que pós-moderna, sendo irremediavelmente opostas umas às outras, tendo antes de ser mutuamente compatíveis a um nível fundamental, o que também significa terem de comportar um carácter vinculativo comum.

Uma coexistência pacífica com o modus dissociativo "masculino" da elaboração teórica está excluída. Assim sendo, para a forma do sujeito moderna, capitalista e "ocidental", que de qualquer modo já apenas existe nas respectivas formas de decadência, não deve crescer nada que a salve se for para a emancipação da relação de coacção destruidora do mundo, que é a socialização do valor, constituir uma opção séria. Provavelmente isto até nem suscita controvérsia; mas nesse caso a crítica do sujeito não deveria ser apenas mantida coerente, mas também deveria ser cautelosamente delimitada em termos conceptuais, face a outras questões que dizem respeito a conquistas culturais da Humanidade de um modo geral. Há que fazer tábua rasa com a forma do sujeito capitalista e ocidental e com a vinculação a uma forma de fetiche em termos gerais, mas, lá por isso, não com tudo e qualquer coisa que a Humanidade tenha produzido até à data apesar da sua vinculação fetichista e através da mesma.


A nova simultaneidade histórica.

O fim da modernização e o começo de uma outra história mundial.

A luta do movimento operário clássico e dos movimentos de libertação nacional pelo "reconhecimento" jurídico e político podia apelar à filosofia do Iluminismo porque eles só objetivavam entrar e crescer nessas formas, cuja condição-limite social foi formada pela nação exatamente como no aspecto econômico. Há apenas sistemas nacionais de direito burguês. Ao explodir o quadro nacional, a globalização torna obsoleta não apenas a forma econômica, mas também a forma jurídica e política do sujeito burguês. Com isso a filosofia do Iluminismo está historicamente acabada.


A IDEOLOGIA ANTI-ALEMÃ

Do antifascismo ao imperialismo de crise: crítica da novíssima essência sectária alemã de esquerda nos seus profetas teóricos

Escrever este livro custou alguns sacrifícios. Pois quem já tem vontade de discutir as questões básicas da teoria social e da crítica social na forma velha e relha da luta por distinções e separações no seio da esquerda? Por isso em primeiro lugar uma palavra para todas as leitoras e leitores que não têm que lidar com a ideologia anti-alemã: a questão aqui não é simplesmente uma "sensibilidade de esquerda", mas a questão completamente diversa do problema a colocar de uma nova formulação da crítica radical do capitalismo; trata-se da teoria da história, do estatuto do nacional-socialismo e de Auschwitz, da crítica do iluminismo e do marxismo do movimento operário, da crítica da forma burguesa do sujeito, dos conceitos de teoria e de crítica em geral, da relação entre forma do valor e ideologia, mas também da espécie e do modo das discussões no seio de uma esquerda paralisada. Desde que as discussões aqui expostas estejam também para lá das suas referências ao sindroma anti-alemão do interesse por uma esquerda em luta consigo mesma e com o seu passado.


Cara leitora, caro leitor,

Robert Kurz

…os tempos estão a ficar mais difíceis, os espaços estão a ficar mais apertados. Justamente agora, que ela seria mais urgente, a reflexão crítica está a ter a pior conjuntura de todos os tempos. As restrições fazem-se sentir, já mesmo exteriormente: bibliotecas e livrarias são encerradas, taxas drasticamente aumentadas, programas falados na rádio são reduzidos, suplementos de fim-de-semana suspensos, redactores despedidos. A KRISIS é um projecto de luxo da crítica radical, disso não podemos viver. Por isso sentimos de forma dolorosa o desaparecimento das possibilidades também como organizadores e produtores teóricos, que se reproduzem na maior parte como publicistas e jornalistas ou em instituições culturais.

Mas os indivíduos e as instituições reagem à crise manifesta maioritariamente de forma regressiva, também em termos de conteúdos. As análises de autores da KRISIS foram consideradas "interessantes" por muitos, enquanto a decadência social não foi sentida de perto. Agora que os nossos prognósticos se confirmaram em grande parte, as portas dos media burgueses, instituições académicas e estabelecimentos de formação, estão a fechar-se, em vez de abrir-se mais. Redactores ou representantes institucionais antes benévolos estão tão ocupados com a própria sobrevivência, que já não têm tempo nem atenção para um pensamento para além do princípio da realidade capitalista.


A ESCOLA DO BELICISMO

Breve curso introdutório ao novo realismo anti-alemão

Um dos mais perniciosos de entre os muitos conceitos orwellianos que as instituições de ensino superior inculcam aos seus discípulos é o de "realismo". Logo que, no discurso hipócrita do pensamento ideológico afirmativo que idolatra os valores ocidentais, seja pronunciada esta palavra, convém procurarmos a arma, caso a tenhamos. Ser "realista" significa apenas uma coisa: não se limitando a reconhecer a jaula de ferro das "necessidades" burguesas, pressupô-la à partida como o melhor de todos os mundos. Nunca por nunca admitir que a coisa real em si é profundamente repelente. A ideologia do realismo é a mãe de toda a falsidade. É disso que tem de se falar quando se discute a causa do belicismo de esquerda anti-alemão, tal como ele se apoderou, nos dias que correm, em diversos graus e medidas, de uma grande parte da imprensa alemã outrora conotada com a esquerda radical...

Pingando silenciosamente, mas com insistência, introduziu-se através desta imprensa, a partir do 11 de Setembro, uma ideologia pro-imperial de "libertação" que se esforça por atribuir qualidades emancipatórias, logo à máquina mortífera de alta tecnologia da última potência mundial capitalista, os EUA, tendo celebrado esta notável ideia, durante a campanha do Iraque, numa variante "de esquerda" do embedded journalism. Embora até à data nenhum dos representantes desta corrente de pensamento tivesse integrado pessoalmente a tripulação de um tanque Abram, várias redacções e numerosos autores fizeram em grande medida sua a perspectiva histórica vista pela estreita escotilha desse veículo tecnicamente impecável.


ONTOLOGIA NEGATIVA

As eminências pardas do Iluminismo e a metafísica histórica da Modernidade

A libertação tem de ser repensada. Após o fim do marxismo e do socialismo do movimento operário, não resta dúvida de que quanto a este postulado abstracto existe um consenso entre a maioria das teóricas e dos teóricos de esquerda que ainda continuem a querer sê-lo. No entanto, mal se trate de definir o novo, que é o que se supõe estar em causa, este não se revela apenas regularmente como o velho em traje novo, mas, antes de mais, como o mais vetusto de entre o velho; nomeadamente, como recaída para o que antecede o marxismo, para o seio da Filosofia iluminista burguesa, em vez de uma tentativa de ir para além do marxismo.


Razão Sangrenta

20 Teses contra o assim chamado Iluminismo e os "valores ocidentais"

Robert Kurz

A crítica, no entanto, não pode deixar guiar-se pela raiva que sente nas entranhas; ela tem de alicerçar a sua legitimidade intelectual sobre fundamentos inteiramente novos. Mesmo que ela maneje conceitos teóricos, tal não significa uma renovada vinculação aos padrões do próprio Iluminismo, deduzindo-se, pelo contrário, unicamente da necessidade de destruir a autolegitimação intelectual do Iluminismo. Não se trata de, à velha maneira iluminista, manietar os afectos em nome de uma racionalidade abstracta e repressiva (ou seja, ao arrepio do bem-estar dos indivíduos) mas, pelo contrário, de derrubar a legitimação intelectual desta autodomesticação moderna do Homem. Para tal é necessária uma Anti-modernidade radical e emancipatória que não se refugie, segundo o exemplo por demais conhecido do anti-Iluminismo ou da Anti-modernidade meramente "reaccionária", ela própria burguesa e ocidental, na idealização de um qualquer passado ou de "outras culturas", rompendo, antes pelo contrário, com a História convencional até à data, concebida como uma História de relações de fetiche e de dominação.




MANIFESTO CONTRA O TRABALHO


EDITORA ANTIGONA, tradução do alemão de José Paulo Vaz, revista por José M. Justo


Textos, entrevistas, conferências

-2003-

O abominável investidor financeiro

É simplesmente um facto que historicamente a crítica reduzida ao capital financeiro se enriqueceu cada vez mais com estereótipos anti-semitas. E os média burgueses descobrem aqui já uma possibilidade de denunciar o movimento social como "potencialmente anti-semita". Isto só pode ser enfrentado, quando a redução regressiva da análise ao capital financeiro for ultrapassada: para além de Hilferding, não para detrás dele.


O Renascimento do Homem Biológico

Sobre a apropriação capitalista do genoma humano

Com a autorização da valorização cientifico-económica do embrião humano, a sociedade social entregou a disposição exclusiva do Homem sobre a sua reprodução biológica ao capital da life science. Assim colocou o genoma humano capaz de autodesenvolvimento, na sua totalidade material, à mercê das possibilidades técnicas deste. Este facto, porém, priva-nos da derradeira actividade reprodutiva autodeterminada que como seres humanos temos a perder. Em resultado dele, não se modifica simplesmente a "imagem do Homem", como o discurso da crítica ética gosta de o comentar com brandura. Antes podem ser alterados, de um modo determinado por outrem, os fundamentos físicos do desenvolvimento do Ser humano. A variedade genética do Homem, futuramente manipulada pelo capital, nessa altura já não resultará das necessidades de reprodução materiais, mentais e sociais que lhe são inerentes, mas dos imperativos da variedade funcional interior dos vários capitais individuais. Ao espírito socializado pelo capital do Homem actual juntar-se-á em breve um genoma domesticado pelo capital. E, na medida em que o capital virtual cego consegue, por intermédio da tecnologia genética modelada por computador e da indústria da medicina reprodutiva, materializar no genoma material cego dos seus elementos funcionais humanos as suas próprias necessidades de acumulação, ele perde o seu carácter de fetiche.

A sociedade suportada no fim-em-si da acumulação do capital funde-se, nessa altura, por completo com a "bela máquina" da valorização do valor tornada viva, com o que se completa a transformação iniciada há milénios das sociedades humanas em superorganismos. A evolução, porém, com um riso repleto de escárnio volta a apanhar, no ponto culminante da sua auto-elevação, o Homem que, há centenas de milénios, lhe escapara para a História à procura do império da liberdade.


A inflação do dólar

Silenciosa e incessantemente o défice da balança comercial e de capital dos EUA está a crescer, e tem atingido um tamanho astronómico. A gente entretanto se tem habituado a isso. O mundo inteiro investe nos EUA o seu capital excedente, que pelas hipercapacidades globais já não se pode reinvestir de forma rentável, e ali compra acções e títulos de dívida pública. Com as incomparáveis dívidas monetárias ao exterior, os EUA compram as mercadorias excedentes do mesmo mundo, para as quais de outra maneira já não haveria comprador, por falta de poder de compra, em virtude da racionalização e do desemprego e pobreza em grande escala. A crise económica mundial amadurecida é assim atenuada e constantemente adiada. Quase parece que o capitalismo global inventou o perpetuum mobile económico, graças à capacidade de absorção da última super-potência.


O que é a terciarização?

Perspectivas de mudança social.

Desde a revolução neolítica, a sociedade agrária possuía uma "visão de mundo orgânica", na qual o processo sociocultural de "metabolismo com a natureza" (Marx) se referia primariamente às plantas e aos animais. Essa visão de mundo não era tão suave e "ecológica" como sugerem hoje muitas ideologias regressivas. Tratava-se antes de uma relação de dominação que reduzia o ser humano à sua função orgânica, como um "animal falante", por meio da forma da dependência pessoal entre escravidão e feudalismo.

A sociedade industrial do moderno sistema produtor de mercadorias, por sua vez, possuía uma "visão de mundo mecânica", na qual o processo sociocultural de "metabolismo com a natureza" se referia primariamente à matéria física morta (máquinas e mercadorias industriais). Essa visão de mundo reduzia o ser humano a um robô funcional mecânico por meio da forma impessoal do dinheiro.

A sociedade terciária ainda desconhecida, situada além da modernidade mecânica, precisa de uma "visão de mundo social" na qual o processo de "metabolismo com a natureza" se refere primariamente, pela primeira vez, ao próprio ser humano, no qual, portanto, ele se torna o processo de metabolismo da sociedade consigo mesma. "A raiz do homem é o homem" (Marx). Essa verdade só agora urge uma forma social. Na figura da física quântica, a ciência natural já abandonou a visão de mundo mecânica; e não é por acaso que revolução microeletrônica, baseando-se na física quântica, leva o capitalismo "ad absurdum". Se a humanidade não quiser findar, ela terá de superar o reducionismo orgânico e mecânico e se relacionar de maneira humana consigo própria. Só então ela poderá se relacionar também de maneira humana com a natureza biológica e física.


Não-rentáveis, uni-vos!

O capitalismo não é uma chance, mas é uma ameaça à humanidade. Assim começam a sentir agora até muitos daqueles que ganham bem. A lógica subjacente a este sistema é tão simples como brutal: no fundo, só tem direito à existência quem ou o que é rentável. E não basta o lucro por si só, ele deve situar-se à altura da norma de rentabilidade, que hoje está a ser colocada, em termos capitalistas-financeiros, cada vez mais alto.

Isso significa duas coisas: em primeiro lugar, o capital é insaciavelmente cobiçoso de trabalho humano, que deve transformar-se, em função do fim próprio da valorização irracional, em cada vez mais capital. A partir desse ponto de vista, as pessoas são material, "mão-de-obra", e mais nada. Em segundo lugar, o trabalho só é "válido" no nível da rentabilidade. A ambição capitalista de explorar a força vital humana está obrigada a seguir esta bitola.


Um corte maior: Anulação das dívidas

O pensamento emancipador deve demarcar-se de forma aguda de interpretações economicamente vulgar-keynesianas, ideologicamente irracionais e muitas vezes étnico-neonazis. Pressupondo isto e sabendo, que se trata apenas de uma exigência parcial para a defesa imediata contra a destruição da reprodução social, pode a exigência da anulação de todas as dívidas impagáveis, não só do Terceiro Mundo, tornar-se um motivo importante do novo movimento social mundial.


A segunda bolha financeira

A bolha financeira imobiliária como adiamento da crise

Perante uma ameaçadora queda dos preços do imobiliário o conjunto do sistema financeiro americano ficaria em plano inclinado, com as inerentes consequências para os de qualquer modo já sinistrados mercados de acções. Porém, logo que os consumidores americanos, que até agora directa ou indirectamente têm conseguido manter ou até subir o seu nível de vida graças às conjunturas das bolhas financeiras (e que serão de facto metade da população), logo que eles sejam trazidos de volta aos seus proveitos salariais "reais" há muito tempo esquecidos, então há-de faltar-lhes também o fôlego para a muito elogiada vontade de comprar. Só então chegará a hora da verdade para a economia americana e daí para a economia mundial, só então o dique se romperá.


O PÓS-MARXISMO E O FETICHE DO TRABALHO

Sobre a contradição histórica na teoria de Marx

O marxismo do movimento operário agarra-se com unhas e dentes ao conceito iluminista de sujeito, do qual ele não é mais que a "segunda transição"; e como ele não quer superar o "trabalho" nem o valor, se é certo que ele quer "libertar" o "sujeito do trabalho", que se opõe a uma natureza científico-naturalmente objectivada, a verdade é que pouco o liberta. E em razão de tudo isso, eis por que o capital não "pode" em seu processo histórico conduzir ad absurdum o "trabalho" e portanto a si mesmo, e desde logo nunca "nas costas" de todos os envolvidos.

Por trás da crítica em parte condescendente em parte raivosa à teoria do limite absoluto do capital (ou à prognose de que tal limite terá sido alcançado sob nossos olhos) não se ergue simplesmente esta ou aquela objecção empírica, mas antes o principio marxista de que não pode ser o que não se permite, ou seja, uma figuração profundamente ideológica. "O capital" tem de permanecer em si eternamente (ou ao menos ainda por "séculos") capaz de explorar, primeiro para que com ele o terreno histórico do "trabalho" não seja abandonado e a sua ontologia tornada falsa, e, segundo, para que o "sujeito do trabalho" possa alçar-se à autoconvencida autolibertação e não tenha de desaparecer no inferno da história juntamente com o próprio "capital" (como cujo momento imanente ele seria então desmascarado). Daí vem o ódio à teoria do colapso.


ACABOU-SE A BRINCADEIRA

A viragem do espírito do tempo ocidental: regresso da auto-responsabilização ao autoritarismo coercivo.

O velho sonho do monstruoso utilitarista Jeremy Bentham (1748-1832), de que todo indivíduo se deixaria "pedagogizar" até se converter em seu próprio vigia e capataz é irrealizável, mesmo que esse sonho tenha parecido quase se tornar realidade nas concepções da nova economia. Que essas concepções não podem ter êxito era o que sabia de todo jeito o liberalismo tradicional da "velha economia", que por origem era ao mesmo tempo conservador e autoritário. No antigo capitalismo liberal aplicava-se a divisa: "Liberdade para o dinheiro, coerção para o material humano". Liberdade econômica e Estado autoritário andavam por princípio de mãos dadas; liberalismo sempre rimou com Pinochet.


Não-rentáveis, uni-vos!

O capitalismo não é uma chance, mas é uma ameaça à humanidade. Assim começam a sentir agora até muitos daqueles que ganham bem. A lógica subjacente a este sistema é tão simples como brutal: no fundo, só tem direito à existência quem ou o que é rentável. E não basta o lucro por si só, ele deve situar-se à altura da norma de rentabilidade, que hoje está a ser colocada, em termos capitalistas-financeiros, cada vez mais alto.

Isso significa duas coisas: em primeiro lugar, o capital é insaciavelmente cobiçoso de trabalho humano, que deve transformar-se, em função do fim próprio da valorização irracional, em cada vez mais capital. A partir desse ponto de vista, as pessoas são material, "mão-de-obra", e mais nada. Em segundo lugar, o trabalho só é "válido" no nível da rentabilidade. A ambição capitalista de explorar a força vital humana está obrigada a seguir esta bitola.


NECESSIDADE, TEMPO E TRABALHO

Este ensaio é uma tentativa de esboçar uma reinterpretação de aspectos centrais da análise de Marx sobre a essência e o desenvolvimento histórico do capitalismo e, portanto, de sua noção de socialismo. Sua análise do trabalho social, com implicações para uma avaliação das necessidades e formas de consciência que apontam para a possível superação do capitalismo serão o foco de minha investigação. A intenção é a de elaborar uma crítica ao ponto de vista do Marxismo tradicional, estabelecendo, ao mesmo tempo, os fundamentos de uma outra análise histórica crítica da formação social capitalista.


Dois anos depois

As fachadas de normalidade capitalista e a economia política da reunificação alemã


ADEUS À ECONOMIA DE MERCADO

Perspectivas de uma transformação diferente e não apenas na Alemanha


O OCASO DA JUVENTUDE DOURADA DA GLOBALIZAÇÃO

Retração econômica destrói ilusões da "classe global" dos anos 90, ligada à internet, propaganda e turismo, e joga por terra produção ideológica da esquerda deslumbrada

Por um lado, essa "classe global" jovem não tem passado nem futuro; ela sucumbiu à ausência de história do mercado total. Apesar disso ela é, por outro lado, o produto de uma experiência histórica determinada. Seu grau zero foi o fim do socialismo, o colapso dos movimentos de libertação e dos regimes desenvolvimentistas no Terceiro Mundo, o ocaso do velho paradigma marxista, o emudecimento da crítica social emancipatória e a decadência da reflexão teórica em geral. Em muitos aspectos, pode-se falar de uma "jeunesse dorée", de uma "juventude dourada", leviana, consumista e viciada em diversões. O protótipo dessa designação foi a juventude parisiense contra-revolucionária após a queda dos jacobinos (1794). Foram os filhos de uma minoria rica da grande cidade, como hoje no Terceiro Mundo, separada do grosso de seus contemporâneos. Nos centros ocidentais, ao contrário, é a maioria de uma determinada geração que tem de viver agora seu Waterloo socioeconômico. A "classe global", no sentido mais amplo, é ainda jovem, mas seu futuro já passou. Isso é perceptível não apenas pelos parâmetros econômicos. Muitos não puderam nem sequer assimilar o desastre social em que se dissolveram seus sonhos e suas fantasias. Mas o choque de realidade vai além da experiência de não poder pagar mais o aluguel e de se ver de repente, após as esperanças ambiciosas da nova economia, fazendo bicos deploráveis. Foi também o abalo de 11 de setembro que quebrou o pescoço da pós-modernidade.


QUEM É O BIG BROTHER?

George Orwell e a crítica da modernidade

De certo modo, o mundo todo se tornou uma única e gigantesca fazenda de bichos, na qual é indiferente quem comanda, o fazendeiro Jones ou o porco supremo Napoleão, visto que os comandantes subjetivos são de qualquer jeito os órgãos executivos de um mecanismo autonomizado, que não descansará enquanto não fizer do mundo, por meio do trabalho, um deserto sem vida. Nessa fazenda-mundo automática, toda questão crítica acerca do sentido e da finalidade da organização demente inteira é sufocada de imediato porque as ovelhas democráticas prorrompem nos ouvidos o berro atordoante de lemas "reificados": "Trabalho bom, falta de trabalho ruim", "Concorrência bom, reivindicações sociais ruim" etc. Se nós lermos as parábolas orwellianas um pouco a contrapelo, poderemos nos reconhecer a nós mesmos como os prisioneiros de um sistema amadurecido, cujo totalitarismo faz "A Revolução dos Bichos" e "1984" parecerem quase inocentes.


ABAIXO DE TODA A CRÍTICA

A esquerda, a guerra e a ontologia capitalista

A "jaula de ferro" (Max Weber) das categorias capitalistas tem de ser quebrada, não em último lugar no que diz respeito à sua lógica fundamental de uma relação de dissociação sexual. A meta pode unicamente consistir em uma sociedade autogestionária ou de conselhos para lá de toda a masculinidade e feminilidade, para lá das formas da mercadoria e do dinheiro, para lá do mercado e do estado, para lá da política e da economia. A fim de poder concretizar semelhante determinação de metas, a crítica, para já, tem de contemporaneizar-se com o desenvolvimento da crise do capitalismo, ou seja, tem de virar-se, por seu lado e de forma transnacional, conscientemente contra qualquer soberania e "desenvolvimento nacional". Será apenas nesse contexto que também o campo da imanência poderá novamente receber uma conotação mobilizadora, da anulação global das dívidas e da reforma agrária etc. até à resistência consequente contra as guerras de ordenamento mundial e à "luta da cultura social" contra a concepção de mão-de-obra barata das administrações de crise.


O CISMA DO OCIDENTE

Mas, se os EUA, a Europa e o Japão/Sudeste Asiático rompem uns com os outros nesse sentido, tanto menos isso significará um retorno às velhas formas da concorrência imperial. Seria muito mais o fim do sistema referencial econômico-político comum.


A MÃE DE TODAS AS BATALHAS

Ensombrados pelos acontecimentos da guerra, os complexos das causas rapidamente se perdem de vista. Nas sociedades modernas, a economia capitalista é a mãe de todas as coisas e, nessa mesma medida, também é a verdadeira mãe de todas as batalhas.


Paradoxos dos direitos humanos

É em nome dos direitos humanos que cai a chuva de bombas; e é em nome dos direitos humanos que as vítimas são assistidas e consoladas...


IMPERIALISMO DE CRISE

6 Teses sobre o carácter das novas guerras de ordenamento mundial

Os mortos-vivos de 1914 aceitam a barbarização nacionalista e antisemita, culturalista e anti-americana, da "luta de classes" e do "anti-imperialismo". Os mortos-vivos de 1941 sacrificam toda e qualquer crítica da imperial guerra de ordenamento mundial, denunciam impávidos e serenos a acossada oposição israelita, assim como a oposição de esquerda dos EUA, e transformam a necessária crítica do antisemitismo e do anti-sionismo na legitimação do terror bombista democrático. O que é necessário, em vez de tudo isso, é uma oposição radical à guerra que encare de frente a verdadeira situação no mundo e desenvolva uma crítica categorial da Modernidade capitalista que vá além da errónea imanência de alternativas aparentes que já apenas representam formas diversas da mesma barbárie de crise cosmopolita.


O Mercado Mundial do "Agrobusiness"

Os produtores agrícolas deveriam comunicar directamente entre si, deveriam passar por baixo das instituições oficiais e tentar criar novas relações com os consumidores urbanos para lá da lógica do capital. Primeiro alvo de um tal movimento poderia ser atacar a imobilização dos recursos naturais pelo Capital Agrícola e quebrar as restrições e controles jurídico-estatais a ela relativas. Isto significaria levar a sério num sentido muito elementar o lema: "O mundo não é uma mercadoria!"


A Guerra de Ordenamento Mundial

O Fim da Soberania e as Metamorfoses do Imperialismo na Era da Globalização

A imparável desagregação da economia é suposto ser detida com meios económicos, ao passo que se pretende travar a igualmente imparável desagregação da política com meios políticos. Os senhores mundiais do capital já não compreendem o seu próprio mundo...


Editorial

(KRISIS 26 - Janeiro 2003)

São precisamente intelectuais de esquerda – ou os que em tempos o foram – que participam neste jogo pouco apetitoso com um especial afinco.


-2002-

O Miserável Sujeito Imperial

Por que o belicismo da Jungle World é indiscutível

Desta vez, quando caírem as primeiras bombas, o campo de outrora do discurso da esquerda crítica, relacionado com Marx ou Adorno, também deverá ir pelos ares de forma definitiva.


A GUERRA CONTRA A CRISE

Os EUA criam um novo estado de exceção com a sua brutal "fuga para a frente": eles se movem rumo a uma ditadura militar direta e a um regime de ocupação sangrenta em toda a região petrolífera. Mas mesmo a maior potência militar da história não poderá suportar isso por muito tempo.


ECONOMIA POLÍTICA DOS DIREITOS DO HOMEM

O reconhecimento evidente do Homem, ou seja, de todos os Homens, na sua existência corporal, espiritual e social, só pode ocorrer para além da definição Iluminista-capitalista do ser humano. Nesta medida, a crítica emancipatória dos Direitos do Homem é a condição de toda a crítica no século XXI, como a crítica da religião foi a condição de toda a crítica no século XIX.


CONTRA-REALISMO

O "contrafogo" (Pierre Bourdieu) não tem de ser o eterno voltar ao passado da tradição burocrática estatal. Também é pensável um conceito de serviço público na forma de sociedades sem fins lucrativos auto-administradas que seriam encarregadas de gerir as infraestruturas. A orientação por um valor de uso público não estaria para além da forma do valor, mas seria um momento de transformação emancipatória.


-2001-

As leituras de Marx no Século XXI


-2000-

Uma vida humana? Só sem mercado, estado e trabalho.

Robert Kurz fala sobre o seu novo livro; "O Livro Negro do Capitalismo" Schwarzbuch Kapitalismus: ein Abgesang auf die Marktwirtschaft Frankfurt am Main, Eichborn Verlag, 1999


O fim do capitalismo está definido pela chamada terceira revolução industrial - a revolução tecnológica, eletrônica.


-1999-

Descartável e Degradado

Robert Kurz critica o sociólogo alemão Ulrich Beck e a flexibilização do trabalho.


A expropriação do tempo

Depois da ruína da utopia do trabalho, fracassa também a utopia do tempo livre nesta sociedade que transformou o ócio em consumo acelerado de mercadorias.


-1998-

Objetividad inconsciente. Aspectos de una crítica de las ciencias matemáticas de la naturaleza.


-1997-

ANTIECONOMIA E ANTlPOLÍTICA

Sobre a reformulação da emancipação social após o fim do "marxismo"

Antieconomia e antipolítica - (R. Kurz; Krisis 19 - 1997) Español

A Origem Destrutiva do Capitalismo

A modernidade económica encontra suas raízes no armamentismo militar

A Origem Destrutiva do Capitalismo (R. Kurz; Março 1997) Español English Francais

-1996-

Os últimos combates

O Maio parisiense de 1968, o Dezembro parisiense de 1995 e o recente acordo trabalhista alemão.


-1995-

A ASCENSÃO DO DINHEIRO AOS CÉUS

Os limites estruturais da valorização do capital, o capitalismo de casino e a crise financeira global


-1994-

O FIM DA POLÍTICA

Teses sobre a crise do sistema de regulação da forma da mercadoria


-1993-

DOMINAÇÃO SEM SUJEITO

SOBRE A SUPERAÇÃO DE UMA CRÍTICA SOCIAL REDUTORA


-1992-

O valor é o homem

Teses sobre a socialização pelo valor e a relação entre sexos


-1991-

A HONRA PERDIDA DO TRABALHO

O socialismo dos produtores como impossibilidade lógica.



Outros Textos